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“Uma Narrativa De Gravata” De Carmo Neto

By João F. André
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Nesta penúltima edição do mês de Novembro convidamos o crítico literário, João André para dedilhar sobre uma das mais polidas obras do escritor angolano, Carmo Neto. A obra em análise pode ser encarada como uma viagem ao modo de vida da sociedade angolana

DEGRAVATA é uma obra do escritor angolano Carmo Neto, composta por 23 breves contos e crónicas que encerram as alegrias e as tristezas da actual sociedade angolana. DEGRAVATA destaca- se na instituição “Literatura Angolana” pela sua íntima ligação com os aspectos sociais, as makas, os mujimbos e os missossos, enfim, por estar ligada à oratura angolana e à sociedade angolana da actual idade. In DEGRAVATA, as personagens são alegres e brincam com a língua portuguesa, o narrador, qual poeta, metaforiza as unidades léxicas, as palavras. Atentemos: “Já a areia tinha engolido a água das primeiras chuvas ( p. 1).” É notável, na obra, a preocupação do escritor em relação aos afaires daqueles que outrora clamavam pela igualdade do pão, os políticos do país hodiernamente. Vejamos: « para além há um político promissor dos anos setenta, que suturou a boca de tanto clamar pela igualdade do pão. Você o repara a empanturrar um cão luzidio. Beija-lhe o focinho. Limpa- lhe o rabinho e corre com as crianças ( p. 26). Mas você consegue ouvir a sua boca, a falar de casas em Portugal, África do Sul ( p. 27). Pior é que o proprietário de empresas, clínicas e colégios, levou o cofre com o dinheiro público pra casa, onde o mesmo se evaporou, e acha ter prestado bom serviço público! Aí, você sente um turbilhão de zumbido, por causa da confusão entre o público e do privado » . É notável também o problema da educação na obra. Apreciemos: « … ele mal acompanha a conversa. Tem a cabeça chumbada por cursos universitários não reconhecidos pela Unesco ( p. 27). Fazia alusão aos alunos do professor que escreviam ‘‘ dáce’’ em vez de dá-se e direito em vez de directo. Tinha uma secretária universitária que escrevia calça com ‘‘ ess’’ ( calsa) e cimento com ‘‘ se’’ ( semento)…

Um internauta deixou escapar o seguinte recado: Caro, ouvi o áudio, e é perfeitamente avisado o que dizes, senão, atentemos ao seguinte: “Somos rápidos a detectar incongruências no olhar dos outros, a apontar limites, a descrever impedimentos. Mas o caminho da transformação não é esse. O nosso olhar é também atravessado por opacidades, e, quando julgamos que vemos, estamos afinal incapazes disso, presos a obstáculos maiores que não reconhecemos. Aquilo que nos revolucionará verdadeiramente é aceitar a imperfeição e a cegueira interior que nos condiciona. O nosso caminho de mudança política, económica e social coincide com a nossa jornada de aceitação. A cura só se dá, quando reconhecemos que precisamos de ser curados.”…temos desafios de aceitação de incongruências na esfera jurídico/legal, (os juristas honestos, sabem-no), na esfera económica (Acordo com o FMI, e as políticas de crescimento económico (os economistas honestos sabem-no), e na esfera social (a teia de situações de saneamento e infra-estruturas)…nós, devemos, por imperativo patriótico “VER COM OLHOS DE VER”, só assim, à meu ver venceremos os desafios actuais…tudo o resto, é “lenga lenga e conversa para o boi dormir”, vamos a luta, estou contigo por Angola.

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